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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Si Fu Carlos de Mamam e Si hing Ivonei Passos


Hierarquia Marcial

Os princípios hierárquicos representam a base que assegura a perpetuação do kung fu através dos tempos. Sem tais princípios esta arte marcial chinesa seria um amontoado de socos e pontapés com a finalidade somente de desordem social. É graças á hierarquia de cada ‘família-kung fu’ que a arte é tida desde os tempos mais remotos como instrumento de moldação do caráter humano, garantindo assim, exemplos de moralidade e retidão espiritual.

A hierarquia dentro do kung fu é semelhante àquela usada pelos povos antigos, onde o pai exercia o papel de líder, cabeça responsável pelo sustento e educação (disciplina) dos seus filhos e esposa, o que não deixa de ser uma maneira peculiar de governar. Caso o pai se ausentasse, caberia ao mais velho (esposa ou filho mais velho) proteger e zelar pela ordem da casa. Com a morte do pai, cabia ao filho mais velho defender os mais novos até que cada um adquirisse estrutura suficiente para resolver seus próprios problemas, constituir uma família etc. 

Sem hierarquia não haverá respeito, sem respeito não haverá disciplina; sem disciplina não haverá ordem, sem ordem não haverá equilíbrio. Sem equilíbrio não haverá vida (continuidade). Por este ângulo, percebe-se a importância da hierarquia na perpetuação de uma ‘família kung fu’, onde o mestre (sifu) é o responsável pela veiculação de um estilo. O sifu é a autoridade máxima dentro de uma família-kung fu, seguido pelos seus alunos e discípulos.

De acordo com a tradição, o Aluno Novato deve obediência ao Aluno Mais Velho, que deve obediência ao Grande Aluno Mais Velho, que deve obediência ao ‘Aluno Discípulo’, que deve obediência ao seu Sifu (mestre-pai).

A hierarquia deve ser alimentada para que a arte não perca sua essência. Os bons hábitos devem de início, ser uma obrigação para que com o tempo se tornem naturais. O aluno mais velho deve servir de exemplo aos mais novos que, mais tarde, servirão de espelho aos recém chegados. Como diz o dito popular, o hábito faz o monge.

O bom aluno (de boa conduta, disciplinado e esforçado) tem mais chance de ser um bom professor. Enquanto que um aluno indisciplinado, de péssima conduta tem mais chance de ser um professor problemático, irresponsável.

É de cedo, enquanto o bambu ainda é jovem que deve se moldá-lo ao modo correto, na forma desejada. É de cedo, quando ainda jovem que o aluno praticante deve experimentar o caminho da retidão, da boa conduta; educado nos princípios filosóficos da arte marcial escolhida.

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