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sábado, 4 de setembro de 2010

Árvore Genealógica do estilo Wing Chun Sifu Carlos De Mamam

CARO DISCÍPULO;




 Árvore Genealógica do estilo é o principal registro do seu
desenvolvimento, desde a sua origem até os dias atuais.
  
  Trata-se de um verdadeiro documento onde estão registrados todos os dados do
estilo juntamente com os nomes dos principais mestres e seus esforços para preservar tal
sistema.

  Na maioria das vezes, são ensinamentos que foram transmitidos de mestres à
discípulos por incontáveis gerações.

  Somente ter acesso a tal documento já é um privilégio muito grande mas, maior
ainda é fazer parte dele. Em geral, os estilos tem um grande número de praticantes mas
poucos são os que conseguem um conhecimento profundo sobre o que praticam.

  Nas diferentes Genealogias, encontramos dados de incrível habilidade e bravura
de muitos mestres mas, a principal característica a eles atribuída é a postura integra de
um verdadeiro praticante de artes marciais.

  A habilidade física “vem e vai”, mas atributos como senso de responsabilidade,
franqueza, honestidade, fraternidade e outros, são qualidades permanentes.

  Quero deixar aqui a minha preocupação e conselho para que você, caro
discípulo, se esforce para cultivar tais qualidades, desta forma garantindo a preservação
de uma cultura que hoje é patrimônio de todos aqueles que a praticam, o Kung Fu.  




Sifu Carlos De Mamam       
















A GENEALOGIA
WING CHUN


  Conta-se que pôr volta do ano de 525 d.C. Bodhidharma teria viajado até a
China com a tarefa de ensinar aos chineses o verdadeiro Budismo.

  Bodhidharma  era o vigésimo oitavo patriarca do Budismo, portanto, sendo a
maior autoridade sobre o assunto.

  Após uma curta estadia no reinado de Liang Wu Ti, ele teria se estabelecido em
Honan, no templo Shao-Lin. Lá, não tardou para perceber que os monges chineses
tinham um físico debilitado, não suportando os rigores da disciplina.

  Acredita-se que a pratica da meditação ia das 4:00h. da manhã até as 10:00h. da
noite, podendo ser interrompida apenas para cumprirem com pequenas tarefas e as
necessidades fisiológicas, pôr isto os monges chineses não suportavam o treinamento.

Bodhidharma também era versado na arte do Vajramusth, com isto, na intenção
de fortalecer o físico de seus adeptos, passou a ensinar-lhes os rudimentos de sua arte.

  Os exercícios originários de Bodhidharma ficaram sendo conhecidos como as 18
mãos de Lo-Han e, em termos de eficiência eram tão superiores aos demais estilos
existentes fora do templo que aliado a um rigoroso treinamento acabou dando aos
monges internos uma grande superioridade em luta.

  No decorrer da história estes exercícios sofreram várias alterações influenciando
inclusive no surgimento dos estilos Shao-Lin.

  Mas se sabe que os monges mais adiantados no templo ainda tinham acesso as
técnicas de Bodhidharma e que as preservaram pôr muito tempo.

  Segundo registros históricos, no ano de 1.733 d.C. ocorreu a destruição do
templo Shao-Lin a mando do governo Manchu. Somente 15 discípulos e 5 mestres
sobreviveram.

  N’g Mui foi a única mulher a sobreviver e  apesar da sua juventude era muito
respeitada pelo seu profundo conhecimento nas técnicas espirituais ensinadas no
templo.

  Tal conhecimento lhe assegurou o direito de Ter acesso aos ensinamentos de
Bodhidharma. Na intenção de dar continuidade ao seu treinamento, N’g Mui ocultou-se
no templo da Garça Branca, no alto da montanha Tai Leung.

  Neste período, vivia no sopé da montanha um homem já idoso, comerciante de
vagens, chamado Yim Yee que tinha uma linha filha de nome Yim Wing Chun.
   Acontece que havia um encrenqueiro chamado Wong que queria casar-se a força
com Yim Wing Chun, que havia sido prometida em casamento ao jovem Leung Bok
Chau desde a infância.

Certo dia, Yim Yee conheceu a monja N’g Mui, que ao saber da história,
concordou em ensinar Yim Wing Chun a se defender.

  Conta-se que pôr 3 anos, N’g Mui ensinou a sua discípula um conjunto de
técnicas até então desconhecidas. Tais técnicas tinham como prioridade o uso dos
braços usando as pernas de forma especial, além do mais os seus movimentos eram
simples e não se identificavam com os movimentos dos animais, tão comuns nos outros
estilos.

  Após tal período de treinamento, Yim Wing Chun desafiou Wong para um
confronto, onde o venceu e expulsou da região.

  Depois disto, Yim Wing Chun casou-se com Leung Bok Chau que era mercador
de sal na província de Fukien. Com o passar dos anos, Leung Bok Chau, que já era um
excelente lutador, aprendeu a forma de lutar de sua esposa e dedicou-lhe o nome do
estilo: “A ARTE DOS PUNHOS DE WING CHUN” (em chinês “Wing Chun Tao
Chuan” e em cantones “Wing Chun Kiun”).

  Muitos anos mais tarde Leung Bok Chau transmitiu seus conhecimentos a um
médico herbalista de nome Leung Lan Kwai, que preservou esta arte até sua velhice,
ensinando-a a um jovem de qualidade notável e caráter integro de nome Wong Wah Bo
que era ator de opera chinesa.

  Wong Wah Bo, tendo ido trabalhar como ator num dos juncos vermelhos (barcos
enfeitados que percorriam a China e que, naquela época, eram o mais rápido meio de
transporte) conheceu Leung Yee Tei, que era o bastoneiro do barco. Leung Yee Tei
havia sido discípulo do mestre Cheen Sin (um dos cinco mestres sobreviventes) que lhe
ensinara a técnica do bastão longo.

  Entre Wong Wah Bo e Leung Yee Tei surgiu uma forte amizade e eles trocaram
conhecimentos, desenvolvendo novas técnicas de Wing Chun com bastão, que foi
incluído no currículo do estilo (Look Dim Buk Kwan).

A arte foi transmitida de Leung Yee Tei para Leung Jan, um médico famoso da
cidade Fatshan, na província de Kwang Tung, mesma província onde nasceu Yim Wing
Chun. Leung Jan desenvolveu a tal ponto a sua técnica que era chamado de “O Rei do
Kung Fu de Wing Chun”. 

Ele teve um grupo reservado de alunos, entre os quais seus filhos Leung Tsun e
Leung Bik. Quando idoso, já afastado de suas atividades profissionais, dedicou-lhes
tempo integral na prática do estilo.

  Havia, na cidade, um homem chamado Chan Wah Shun que era proprietário de
um posto de trocas de dinheiro e pôr isto tornou-se conhecido como Wah – O Trocador
de Dinheiro. Wah, após muito esforço, conseguiu ser aceito como discípulo de Leung
Jan e tornou-se um grande lutador de Wing Chun. 
  Wah ensinou Wing Chun durante 36 anos e teve neste  tempo todo apenas 16
discípulos, entre os quais seu filho e sua nora.

  Quando estava com 70 anos de idade, foi convidado a ministrar aulas no templo
ancestral da família Yip, onde ensinou até o dia de sua morte.

  Mestre Wah teve como discípulo Yip Gai Man, que mais tarde viria a ser o
mestre do lendário Bruce Lee.

  Yip Man ainda aperfeiçoou-se dentro deste sistema com Leung Bik, filho mais
novo de Leung Jan, que havia sido mestre de Chan Wah Shun.

  Além de Yip Man, o mestre Chan Wah Shun teve mais quatro discípulos que
influenciaram no desenvolvimento do estilo: Chan Yu Min, Ng Chung So, Lui Yu Chai
e Ng Sui Lo.

Chan Yu Min, filho do mestre Chan Wah Shun. Devido ao seu temperamento,
inicialmente não aprendeu as técnicas mais avançadas. Após o casamento, Chan Wah
Shun ensinou estas técnicas a sua nora que posteriormente as ensinou a Chan Yu Min.
Mais tarde viria a receber o titulo de “O Rei do Bastão” devido a sua habilidade.

Ng Chung So, após a morte de seu mestre (Chan Wah Shun) recebeu a liderança
do estilo Wing Chun, tendo inclusive, dado aulas a Yip Man.

Lui Yu Chai que juntamente com Chan Yu Min introduziu o estilo Wing Chun
em Taiwan, Singapura, Tailândia e Malásia. Neste último tiveram um aluno chamado
See Tiong Foo que ainda aperfeiçoou-se com o patriarca Yip Man e mais tarde deu uma
volta ao mundo, permanecendo algum tempo na África, no Brasil, em Nova York e em
Londres onde teria feito um curso de ciências políticas, retornando a Malásia. 

Marcos Antonio Ceda Natali. No Brasil, See Tiong Foo conheceu Marcos
Natali, tendo transmitido a ele grande parte de seus conhecimentos.

Francisco José D’Urbano, discípulo direto do Mestre Marco Natali até
aproximadamente 1994, quando passou a representar o Mestre Chung Kwok Chow no
Brasil. Neste mesmo ano o professor D’Urbano realizou congresso técnico liberando os
seus principais alunos de Wing Chun: Carlos Rudiberto de Mamam, Gustavo Bagiotto,
Iran Rubens Sena e Raimundo Weslei, para que continuassem com o trabalho que vinha
desenvolvendo sem a tutela do Mestre Chow. Atualmente é o presidente da União
Nacional de Kung Fu, responsável pela transmissão do estilo Wing Chun a dezenas de
instrutores em praticamente todos os Estados do Brasil.

Carlos Rudiberto de Mamam, discípulo direito do Professor D’Urbano com
quem deu inicio aos primeiros treinamentos de Wing Chun no inicio da década de
oitenta. Incentivado por alunos, fundou a Associação Sul de Kung Fu, se dedicando ao
ensino do estilo nos três estados do Sul do Brasil.

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